Atualmente vem aumentando exponencialmente o número de praticantes de atividades físicas. E isso é ótimo, haja vista a epidemia de sedentarismo, obesidade e de doenças crônicas cardiovasculares e metabólicas, tais como diabetes melitus, infartos e AVC.
Paralelamente, cresce a necessidade de divulgar a necessidade de uma avaliação adequada das condições do indivíduo quanto à sua aptidão para praticar as diversas modalidades em suas mais variadas intensidades.
Esporadicamente presenciamos através da mídia óbitos ocorridos durante práticas esportivas profissionais e amadoras, tais como jovens jogadores de futebol que morrem em campo ou pessoas que falecem durante um treino na academia.
A avaliação de participantes em esportes profissionais já está bem difundida, porém para os frequentadores de academias ou esportistas amadores a controvérsia persiste, não sendo ainda obrigatória no Brasil. Mas, com certeza, uma adequada avaliação médica antes do início das atividades físicas pode evitar surpresas bastante desagradáveis. Principalmente porque atualmente as atividades de alta intensidade (com maiores cargas e/ou tempos prolongados) estão cada vez mais em evidência, expondo os pacientes a riscos cada vez maiores.
Tal avaliação, visando definir as condições clínico-cardiológicas do paciente, vai constar de uma detalhada anamnese e um exame físico geral, com ênfase no aparelho cardiovascular, complementada com um eletrocardiograma e exames laboratoriais. Os demais exames podem ser solicitados dependendo do perfil individual de cada um.
É importante salientar que a avaliação realizada de rotina nas academias refere-se à avaliação das condições físicas do indivíduo, não refletindo as condições cardio-vasculares e de saúde geral.
Entre os principais pontos a serem avaliados estão a presença de sintomas que indiquem doenças cardiovasculares (dor no peito, falta de ar, palpitações, cefaleia, edemas), presença de antecedentes pessoais ou familiares de cardiopatias, morte súbita e síncopes, além do tipo e grau da atividade física pretendida.
As principais causas de desfechos desfavoráveis durante a prática de atividades físicas incluem a cardiomiopatia hipertrófica, displasia arritmogênica do ventrículo direito, alterações cardíacas congênitas e isquêmicas, além de cardiopatias reumáticas e uso de drogas, essas últimas frequentes em nosso meio, sendo todas estas doenças diagnosticáveis por avaliação adequada, tornando possível evitar grande parte dos eventos graves. No caso de doenças como a hipertensão arterial e algumas arritmias, ajustes simples podem garantir uma excelente evolução ao paciente.
Atividade física é fundamental e, se feita de forma correta e consciente, só irá melhorar nossa qualidade de vida e nos manter longe de várias doenças. Sendo assim, MEXA-SE SEMPRE, mas avaliando antes suas condições físicas e de saúde!