Frequentemente aparecem em consultas, pacientes adultos que descobriram alguma anormalidade do rim ou do trato urinário que não sabiam que existiam. Não é incomum que estes pacientes se mostrem ansiosos ou com medo de “perder as funções dos rins”. Isso ocorre devido à dificuldade do acesso ao pré-natal que existia no passado, e então, anormalidades congênitas, ou seja, desde o nascimento, são descobertas na vida adulta.
As anomalias congênitas do rim e do trato urinário podem levar à doença renal terminal em 30-50% dos casos, portanto, é importante diagnosticá-las e iniciar tratamento para minimizar os danos renais, prevenir ou retardar o início da doença renal terminal e fornecer cuidados de suporte para evitar complicações da doença renal crônica desde a infância.
Dentre as anormalidades mais frequentes, destacamos:
- hipoplasia renal simples (rins de tamanhos diferentes);
- displasias renais (anormalidades na estrutura do rim);
- agenesia renal unilateral (ter apenas um rim);
- rim em ferradura (rins unidos formando um aspecto de ferradura);
- ectopia renal (rins em lugares diferentes do normal).
Descobertas na vida adulta há necessidade de investigar, em alguns casos, como por exemplo, a hipoplasia renal, se há outras causas que possam ter levado o rim a esta anormalidade. Anormalidade como esta, embora simples se for congênita, pode ser causada também por algum fator estrutural, como estenose de artéria renal, o que já passa a ser uma alteração grave.
Destacamos a importância de se realizar pelo menos um exame de imagem (o mais simples, a ultrassonografia) na vida adulta e exames laboratoriais anuais. Caso descoberta alguma anormalidade estrutural do rim, todos os pacientes devem ter um acompanhamento com um nefrologista que os direcionará para uma investigação e tentará minimizar os possíveis danos renais, evitando ou retardando a perda da função renal.