Mais conhecida como síndrome dolorosa patelar e definida como um quadro doloroso da região anterior (frente) do joelho, esta é uma doença que gera o desgaste da cartilagem da patela, responsável por amortecer o impacto e evitar o atrito entre as superfícies ósseas.
Diversos fatores podem levar a este problema, como sobrecarga, excesso de exercícios, exercícios realizados de maneira incorreta, predisposição relacionada a alterações anatômicas, mau-alinhamento, desequilíbrio da musculatura do joelho, frouxidão ligamentar, trauma, entre outros.
A sobrecarga pode ser observada em atletas de nível competitivo, corredores, praticantes de fitness com uso excessivo de peso e pessoas com sobrepeso ou obesas. O mau-alinhamento do membro inferior é divido em elementos estáticos e dinâmicos. As alterações biomecânicas estáticas incluem: encurtamento do membro, anormalidade do pé e tornozelo, patela com mobilidade anormal, deformidades rotacionais ou angulares nos membros inferiores e aumento do ângulo do músculo quadríceps. É importantíssima a avaliação do ortopedista especialista em joelho para identificar tais fatores de risco e orientar os exercícios e atividades mais indicados, meios de prevenção e o que evitar.
A principal queixa é a dor na parte da frente do joelho que piora com determinadas situações. O início da dor pode ser de maneira gradual ou aguda e pode ser precipitada por algum tipo de trauma. A dor pode ser uni ou bilateral e tem um caráter inespecífico, podendo variar de intensidade e localização (região anterior do joelho na cartilagem da patela, peripatelar ou até mesmo posterior do joelho). O paciente pode relatar uma sensação de “joelho preso” ou até mesmo “solto” após a sua movimentação. É comum a ocorrência de rangidos ou estalidos. Alguns podem ter a falsa sensação de instabilidade devido à inibição da contração do quadríceps pela dor, porém esta não deve ser confundida com instabilidade patelar, a qual apresenta um ou mais episódios de luxação da patela onde a patela efetivamente sai fora de seu lugar. Geralmente é relatada a piora ou desencadeamento da dor ao agachar, subir ou descer escadas, correr, saltar, e após ficar sentado com joelho dobrado por longos períodos.
Pelo exame físico o ortopedista é capaz de identificar o problema e descartar outras patologias com sintomas similares, bem como avaliar os fatores predisponentes de cada paciente. Lança-se mão de exames complementares, como raio-X, TC e RM. Uma vez avaliado o caso criteriosamente, o especialista estará tomando as providências necessárias.