O ligamento cruzado anterior (LCA) é um dos principais tópicos investigados na traumatologia do esporte atual decorrente da alta incidência em que ocorre no esporte, dentre os principais, o futebol. Assim, devido a novas tendências, como o conceito da chamada reconstrução anatômica reforçado na última dé¬cada, novo ímpeto foi dado aos estudos desse ligamento com importantes avanços e novidades.
Uma vez ocorrido o trauma ou torção no joelho, o diagnóstico deverá ser realizado pelo ortopedista especialista em cirurgia do joelho utilizando um exame físico detalhado e por vezes com auxílio de exames de imagem como a Ressonância Magnética. O tratamento da lesão depende do tipo da lesão, sintomatologia percebida pelo paciente, nível de atividade física, idade, sexo e características físicas do indivíduo. Existem duas formas de tratamento: o conservador; que visa a analgesia e a estabilização da dinâmica do joelho, através do reforço muscular e do treino proprioceptivo, utilizado também no pré-cirúrgico; e o tratamento cirúrgico. Ambos os tratamentos são eficazes e apresentam bons resultados, dependendo do tipo de lesão.
Em relação ao tratamento cirúrgico, ele é realizado pelo especialista, que fará a reconstrução do ligamento cruzado anterior lesado através de videoartroscopia. Para a confecção do novo ligamento são utilizados enxertos retirados do próprio joelho do paciente e os mais usados são o enxerto do tendão patelar e dos tendões dos isquiotibiais.
Na primeira, o enxerto é retirado do tendão patelar, sendo utilizado um processo de fixação no osso através da produção de um canal onde o ligamento se insere para ser efetivamente fixado por um parafuso.
Na segunda, o enxerto é retirado de um grupo de músculos localizados na parte posterior da coxa. Assim, dois tendões são removidos e “dobrados” em conjunto para criar um novo LCA.
Pode-se dizer que os dois procedimentos cirúrgicos apresentam bons e excelentes resultados, inclusive para retorno ao esporte. As principais complicações do procedimento de reconstrução são a infecção, artrofibrose, dor crônica, manutenção de instabilidade.
Desta forma, tendo em vista as várias possiblidades de tratamento, quando não for o caso de ser aplicado o método conservador, a escolha relativa à técnica cirúrgica a ser utilizada deve ser discutida entre médico e paciente, buscando-se sempre o melhor resultado. Ressalta-se a neces-sidade imprescindível de um tratamento pós-operatório com fisioterapia e treinamento físico rigoroso, para que o procedimento tenha sucesso.