Cidadania nos remete a cidadão e este tem direito a vida, a liberdade, a propriedade, a igualdade perante a lei. Ou seja, tem direitos civis e direitos políticos, e estes não garantem a democracia sem os direitos sociais, como o direito a educação, a trabalho, a salário justo, a saúde, etc.
Cidadania é um conceito histórico. Significa que seu sentido varia no tempo e no espaço. A cidadania grega era diferente da romana. É diferente ser cidadão no Japão ou no Brasil, porque o exercício da cidadania vai depender das regras que definem quem é ou não titular da cidadania e dos direitos e deveres que caracterizam o cidadão em cada Estado.
Na acepção mais ampla, cidadania é a expressão concreta do exercício da democracia. No sentido moderno, cidadania é um conceito derivado da Revolução Francesa e diz respeito ao conjunto de membros da sociedade que têm direitos e decidem o destino do Estado. Mas, hoje, cidadania liga-se à opinião pública, aos anseios e clamores do conjunto de cidadãos. Assim, pode-se dizer que no Brasil, cidadania é um conceito que ainda demanda apropriação pelos cidadãos e isso é refletido na situação política, econômica e social.
A qualidade do exercício da cidadania está ligada à qualidade da educação. Sem educação de qualidade, nossa capacidade enquanto titulares de direitos políticos fica diminuída: votamos mal, assistimos passivamente aos desmandos do governo e até de alguns juízes das Cortes Superiores com suas decisões meramente políticas e ideológicas, e por aí vai.
Para sermos cidadãos no sentido etimológico, precisamos ser conscientes e não alienados, e isso só é possível com uma boa educação, sob pena de sermos eternamente cidadãos de direitos formais, não reais. O deputado Ulisses Guimarães dizia que nossa Constituição é Cidadã. Quase trinta anos depois, percebe-se que essa cidadania ainda não se efetivou na vida dos brasileiros.