Sífilis é uma doença causada pela bactéria Treponema pallidum, cuja principal via de transmissão é o contato sexual, seguido pela vertical. O período inicial da infecção é caracterizado pelo cancro no local da inoculação, uma pápula, tipicamente indolor que pode evoluir para ulceração e linfonodomegalia regional na genitália, mas pode ocorrer na faringe posterior, ânus ou vagina. Mesmo na ausência do tratamento, a lesão desaparece em algumas semanas e evolui para a fase secundária ou entra na fase latente, na qual o paciente permanecerá assintomático.
A forma secundária ocorre em 25% dos pacientes não tratados, cursando com febre, dor de cabeça, dor de garganta, anorexia, perda de peso, dores musculares, adenopatia e erupção cutânea classicamente macular ou papular difusa, simétrica, podendo acometer palmas das mãos e plantas dos pés, de coloração acobreada, eritematosa ou marrom avermelhada. Outros sintomas, como alopecia no couro cabeludo, sobrancelhas ou barba, podem ocorrer. A manifestação é sistêmica e a clínica é ampla.
A sífilis terciária ocorre em 25 a 40% dos pacientes não tratados, entre 1 a 30 anos após a infecção primária, representada pela aortite, sífilis gomosa e o envolvimento do sistema nervoso central, particularmente paresia geral, tabes dorsalis, acidente vascular cerebral (AVC), demência e alterações psiquiátricas. A meningite e o quadro ocular são manifestações precoces da neurossífilis.
O número dos casos vem aumentando de forma alarmante e pela facilidade de transmissão, aumento do risco de outras doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV, aumento dos casos em gestantes e de sífilis congênita. Mesmo em pacientes assintomáticos é necessário reconhecimento e tratamento precoce para diminuir as consequências.