Dr. Flavio Pierette Ferrari
CRM/RO 2415 / RQE 1287
- especialista em Alergologia pela ASBAI
- Mestre em Pediatria pela UFPR com área de concentração em Alergologia
Pediátrica pela UFPR
NEOMED
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Cacoal-RO
O amplo espectro das reações adversas a drogas
A queixa de alergia a medicamentos é muito frequente na prática médica em todas as especialidades, e um desafio para o alergista. A primeira grande questão é definir se os sintomas relatados como alergia são realmente causados por uma reação adversa ao medicamento ou manifestação da própria doença que levou ao seu uso. Crianças com exantema súbito, infecção viral que causa febre por cerca de três dias e depois que a mesma cessa surge um exantema em todo o corpo e que dura de 2 a 3 dias, com frequência são rotuladas como alérgica aos antitérmicos ou antibióticos que estavam usando por conta da doença febril. Nos casos em que realmente ocorre uma reação adversa a alguma droga, o espectro de manifestações é amplo e muitas vezes difícil de esclarecer. Manifestações classicamente relatadas como efeitos colaterais são bem conhecidas, e cabe ao médico saber o que esperar de cada prescrição. Outras são imprevisíveis, e essas são nossos desafios. Farmacodermias leves, como eritema multiforme minor, podem ser negligenciadas, e deveriam servir como alerta para reações mais graves, como a síndrome de Stevens Johnson. A maior dificuldade nessas reações é não termos à disposição exames que confirmem esse diagnóstico. Outra dificuldade são as reações aos anti-inflamatórios não esteroidais. A grande maioria dessas reações não é alérgica, não tem mediação por IgE, e ocorre como efeito indesejado da ação dessa classe de medicamentos, na inibição não seletiva de alguns mediadores inflamatórios que liberam prostaglandinas. Nessa situação, muito corriqueira, vale sempre lembrar da regra da especificidade das alergias. Se o paciente tem reação com apenas um tipo de AINE, pode ser alérgico e merece investigação. Se tem reações a diferentes grupos de medicamentos de uma mesma classe farmacológica, essa reação provavelmente não é alérgica, e a abordagem e a conduta são diferentes. E muitas vezes o melhor exame, que é o teste de provocação, não deve ser feito, particularmente se estamos frente a reações graves. Como na prática médica sempre o menos comum é mais interessante, são casos diferentes entre si e sempre desafiadores.
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