Otite é inflamação no ouvido. Há vários tipos e caracteriza-se, inclusive, por uma dor forte, principalmente ao tocar a região. A nossa orelha é dividida em: externa, média e interna. A parte externa é formada pelo pavilhão auricular e conduto auditivo externo (CAE). A inflamação ocorre por conta da diminuição da barreira natural de defesa da pele do conduto. Isso abre espaço para a entrada de fungos e bactérias. Essas últimas são as principais responsáveis pela maioria dos casos de infecção.
A otite externa pode acometer qualquer pessoa, mas as crianças são mais vulneráveis a tê-la por conta das características anatômicas e imunológicas da orelha e por estarem mais expostas a situações que provocam o problema.
Quais seriam os facilitadores para o desenvolvimento da otite externa? Entre eles, os pequenos traumas provocados por manipulação incorreta da região, cerume impactado e ausência dessa substância, suor excessivo e conduto estreito.
A maior incidência ocorre no verão por conta das características do clima nessa estação do ano e pelo comprovado aumento de atividades de lazer na piscina e no mar. Interessante ressaltar que se trata de um problema mais comum em áreas quentes e úmidas - regiões tropicais e subtropicais.
É importante conhecer os principais sintomas: otalgia (dor na orelha); prurido (coceira); hipoacusia (diminuição da audição); plenitude aural (sensação de ouvido tampado); avermelhamento ou inchaço do ouvido externo ou do canal.
A confirmação da otite é simples porque é dada no próprio consultório, por meio de uma conversa detalhada entre médico e paciente e do exame físico. As avaliações complementares geralmente não são necessárias.
Quanto ao tratamento, ao constar a existência de otite externa, o profissional pode prescrever o uso de antibióticos, analgésicos e antinflamatórios. A escolha dependerá das condições do paciente e do nível do problema.
Nada melhor do que prevenir a otite externa. Isso é feito por meio de atitudes simples do dia a dia:
- Evitar o uso de hastes flexíveis de algodão e outros objetos inadequados para realizar a limpeza;
- Secar as orelhas após o banho;
- Usar tampões de proteção sempre que for à piscina ou ao mar.
Um detalhe importante precisa ser dito. Quem já teve otite externa pode ter outras vezes e essa ocorrência repetida pode acarretar sequelas como estenose (estreitamento do canal auditivo externo), o que pode tornar a infecção crônica e resultar na perda de audição com possibilidade de cirurgia como solução.
A saúde auditiva deve estar na lista de prioridades quando se busca qualidade de vida. O ideal é não esperar a doença aparecer. Por isso, faça visitas periódicas ao otorrinolaringologista para que ele possa dar dicas de prevenção, examinar o ouvido e a qualquer sinal estranho tratar e evitar maiores problemas.
Fonte: Tratado de Otorrinolaringologia, 2ª edição