Há vários nomes para o problema – sinéquia, coalescência, fusão ou aderência dos pequenos lábios vaginais. É quando os pequenos lábios vaginais ficam “grudados”. Mais comum nas meninas até os 2 anos de idade (pode acometer meninas até os 10 anos).
As causas ainda não são totalmente conhecidas, mas estão relacionadas à baixa produção de estrogênio (natural nas meninas pequenas). Com o hipoestrogenismo, a região fica mais vulnerável à má cicatrização, o que pode fazer com que os pequenos lábios grudem. Infecções crônicas por causa de higiene inadequada, traumas na região (como pequenas batidas) ou dermatites – causadas pela fralda ou pela calcinha - podem gerar pequenas feridas e favorecer a aderência.
Outra causa é a anatomia local. Os pequenos lábios das meninas são internos, diferentemente dos das mulheres adultas, mais exteriorizados, e isso também facilita a sinéquia. A aderência pode levar a infecções e retenção de urina causando dor, mau cheiro, corrimento e irritação da pele da genitália da criança.
Os pais normalmente têm dificuldade para identificar o problema, porque o tamanho da sinéquia é variável: algumas são pequenas, outras são fechadas até a uretra. Geralmente o diagnóstico é feito pelo pediatra. O tamanho varia bastante e começam de baixo para cima, da região mais distante da uretra para a mais próxima.
O tratamento é simples, a base de cremes, mas terá efeito apenas se as orientações médicas forem seguidas rigorosamente. A pomada deve ser usada com supervisão médica, pois o hormônio pode ser absorvido e, em doses ou períodos maiores do que os recomendados, pode gerar uma pseudopuberdade precoce (pigmentação e aparecimento de pelos na genitália).
A cirurgia é necessária apenas nos casos de aderências muito acentuadas. Operar não é indicado na maioria dos casos, porque, se a região for cortada, há risco de a criança ter uma nova sinéquia ainda mais grossa e fibrosa. Não tratar a sinéquia pode levar ao acúmulo de secreção local e à retenção urinária, favorecendo o surgimento de infecções.