A coluna vertebral apresenta um padrão linear quando vista no plano frontal. Normalmente, quando avaliada no plano lateral, é possível observar duas curvas naturais: para trás na área do tórax é chamada cifose, e para frente na área da lombar é denominada lordose. No entanto, a alteração deste alinhamento no plano frontal com curvatura maior do que 10° é chamada escoliose.
Tipos de escoliose
Existem muitas causas para a escoliose, mas cerca de 80% a 85% dos jovens com essa patologia apresentam escoliose idiopática, ou seja, que a ciência ainda não descobriu a causa. Escoliose idiopática pode afetar os membros de uma mesma família, tendo então associação genética e fatores hereditários. A escoliose pode ocorrer em crianças perfeitamente saudáveis e geralmente acomete as meninas com frequência de 5 a 8 vezes maior do que nos meninos. Também pode ocorrer devido a doenças neurológicas e musculares, tais como paralisia cerebral, distrofia muscular e poliomielite. Estes tipos são chamados de escolioses neuromusculares, e têm um comportamento completamente diferente das curvas escolióticas idiopáticas.
Além disso, existem outras possíveis causas de escoliose: anomalias na formação ou da divisão das vértebras que se apresentam desde o dia do nascimento, chamadas escolioses congênitas. Além dessas causas já apresentadas, doenças do tecido conjuntivo, como, por exemplo, a síndrome de Marfan e/ou anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down, também podem cursar com escoliose, sendo consideradas escolioses sindrômicas, de frequência ainda menor. A escoliose em adultos pode ser a progressão de uma deformidade que não foi diagnosticada na adolescência. Ela também pode ser causada pela degeneração dos discos da coluna vertebral e de suas articulações em uma coluna previamente sadia, como resultados típicos do avanço da idade.
Essa patologia é conhecida como escoliose degenerativa do adulto. Durante a adolescência a escoliose geralmente não produz dor, e pode, portanto, ser difícil de detectar. Portanto, a escoliose pode estar presente por vários anos antes de ser notada pela criança ou pelos familiares. A coisa mais importante é que o médico examine a criança regularmente até o final do crescimento, pois a escoliose pode aparecer em qualquer idade durante o desenvolvimento, até o final da adolescência. As curvaturas tendem a progredir durante os estirões de crescimento da criança, por isso geralmente o diagnóstico das meninas é feito em idade inferior ao dos meninos, pois as meninas geralmente entram na puberdade mais precocemente, e nesta fase ocorre o último estirão de crescimento das crianças.
Quando a escoliose é diagnosticada por um profissional de saúde, estes pacientes devem ser encaminhados para um especialista em cirurgia de deformidades, para avaliação e tratamento, que pode incluir apenas uma avaliação radiológica regular, para acompanhar a progressão da curva, o uso de órteses (coletes externos) corretivos, para evitar a progressão até formas mais graves, ou ainda, se necessário, realizar a correção cirúrgica destas curvas.