Em épocas de chuva e trovoadas, não são apenas as ruas alagadas e esburacadas que preocupam a população da região. O Brasil é líder mundial em incidência de raios por ano. O País registra 50 milhões de descargas elétricas por ano. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), raios mataram 1.790 pessoas entre 2000 e 2014. A cada 50 mortes por raio no mundo, uma acontece no Brasil.
Os raios causam acidentes graves como incêndios, queimaduras nas vítimas e até parada cardíaca. Nos locais onde não existem para-raios, a energia provocada pelo fenômeno natural pode atingir antenas, cercas elétricas, motores de portão e equipamentos em geral das edificações. As descargas irradiam para os fios, aumentam a tensão e causam grandes explosões e incêndios. Já as pessoas que são atingidas pelos raios podem sofrer parada cardíaca caso a corrente elétrica atinja diretamente o coração.
As instalações de para-raios, tecnicamente conhecido como Sistema de Proteção para Descargas Atmosféricas (SPDA), são obrigatórias em prédios comerciais ou residenciais multifamiliares a partir de 10 metros de altura. Em edificações públicas, autarquias, escolas e hospitais, a estrutura também é necessária desde que a área seja igual ou superior a 1,2 mil metros quadrados. Ou seja, as casas distantes deste tipo de edificação ficam menos protegidas por não estarem dentro dessas medidas. A vistoria, fiscalização e cumprimento das regras ficam a cargo do Corpo de Bombeiros.
A instalação de sistema de proteção contra descargas atmosféricas, o para-raio, precisa conciliar a utilização da edificação com aplicação de normas técnicas de segurança de cada prédio. “É necessário levar em conta o tipo de estrutura das edificações, a altura, a localização do prédio dentro da cidade, o tamanho da estrutura, o número de pessoas que as utilizam, a finalidade e o tempo de idade. Os para-raios são projetos instalados e mantidos para proteger o edifício contra descargas diretas de raio. A finalidade do sistema é oferecer segurança às pessoas e aos equipamentos. “E mesmo que o para-raio esteja de acordo com a norma, o sistema não garante 100% de eficácia, pois para ser totalmente seguro contra descargas atmosféricas, os edifícios precisam ser revestidos por uma caixa metálica, o que não é factível. Para maior proteção dos equipamentos eletroeletrônicos, a instalação de um sistema de proteção interno deverá ser implantado juntamente com SPDA externo à edificação. O mesmo, pleiteia a aplicação de supressores de surto, a serem instalados nos quadros de energia, telefonia, TV a cabo, etc., e nos equipamentos.
Para a instalação de SPDAs é de suma importância execução do projeto antes da aplicação de métodos e materiais, além de ser um item obrigatório, pela norma. O projeto é a maneira mais fácil de garantir que o produto final ofereça o mínimo de segurança. O engenheiro deverá se preocupar não apenas com a questão da eficiência do sistema, como também com os custos, efeitos arquitetônicos e transtornos da obra. Outra vantagem é o balizamento dos preços para as empresas que irão cotar a instalação.