Dr. João Lannes Simões Junior
- médico oftalmologista
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CLÍNICA DE OLHOS DR. JOÃO LANNES
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Lacrimejamento do recém-nascido
Condição bastante comum observada pelos pais após o nascimento é o lacrimejamento que o recém-nascido pode por vezes apresentar nos primeiros dias de vida. Normalmente sem gravidade e de resolução espontânea, o quadro ocorre devido ao fato do sistema de drenagem lacrimal ainda não estar totalmente desenvolvido.
O nosso sistema lacrimal é constituído pela glândula lacrimal principal, que produz cerca de 80% do conteúdo das lágrimas e pelas glândulas acessórias, localizadas nas bordas palpebrais. Todo o volume lacrimal, após exercer as funções de lubrificação, óptica, limpeza e proteção do segmento externo anterior dos olhos, é drenado através dos pontos lacrimais (pequenos orifícios localizados nas comissuras palpebrais internas).
A partir desse ponto, as lágrimas atingem o “saco lacrimal” que, por sua vez, vai desembocar na cavidade nasal através do ducto nasolacrimal. Estas estruturas localizam-se na parede lateral externa do nariz. Acontece que, nesses ductos, existem pequenas membranas internas que normalmente se rompem após o nascimento, permitindo início do fluxo normal lacrimal dos olhos para o nariz. Quando tais membranas internas não se rompem totalmente, as lágrimas acabam ficando “retidas” nos olhos, causando o lacrimejamento, devido à drenagem deficiente, o que, por vezes, pode levar até ao aparecimento de secreção de coloração amarelada (conjuntivite neonatal).
O tratamento para a obstrução dos canais lacrimais consiste em massagens na região do saco lacrimal acometido, (cantos internos dos olhos) e, dependendo do caso, uso de colírios antibióticos se ocorrer aparecimento de secreções abundantes. Na persistência do lacrimejamento, pode-se indicar procedimentos, tais como a sondagem lacrimal ou até a necessidade de tratamento cirúrgico, sendo este, felizmente, raro. Vale ressaltar que o tratamento com leite materno, muitas vezes usado, é ineficaz para o caso.
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