No tratamento das doenças alérgicas é comum tratarmos as manifestações de alergia como a rinite, a asma, a urticária ou anafilaxia. Na maioria dos casos não se trata da alergia especificamente, exceto na exclusão do contato com os desencadeantes de sintomas.
Existe, porém, um tratamento específico para a alergia, ou seja, ao invés de tratar as doenças e seus sintomas, tratamos a causa das doenças. Esse é o papel da imunoterapia, também conhecida como vacinas para alergia. De eficácia cientificamente comprovada, a imunoterapia é eficaz em asma, rinite, alergia a veneno de abelhas e outros insetos, e começa a ser usada em alergias alimentares. O princípio é simples. Consiste na aplicação em doses crescentes exatamente das substâncias às quais o paciente é alérgico e que provocam os sintomas.
A via mais comum é a subcutânea, mas atualmente existem extratos de boa qualidade para uso sublingual em alergias respiratórias, e a imunoterapia oral para alimentos está sendo muito estudada e em breve será rotina no trabalho do alergologista. Mas alguns cuidados são importantes, por isso essa é uma terapêutica a ser conduzida pelo especialista.
O primeiro é ter confirmação do diagnóstico de alergia, por meio do teste cutâneo ou dosagem de IgE contra o alérgeno suspeito. O segundo é ter a confirmação de que o contato com esse alérgeno causa sintomas, o teste sozinho não indica, e não se deve fazer vacina só pela presença da IgE.
E o terceiro é a doença em questão. Não existe ainda definição sobre eficácia na dermatite atópica, salvo raras exceções, não existe vacina contra urticária espontânea e nem deve ser feita em quem tem doença grave, pelo risco de reações. Sendo feita sob supervisão do especialista, indicada apenas nos casos sugeridos, com doses individualizadas para cada paciente e extratos de qualidade, e com tempo adequado, que é de 3 a 5 anos, os resultados serão muito bons.