A dor neuropática é um tipo de sensação dolorosa que ocorre em uma ou mais partes do corpo e é associada a doenças que afetam o Sistema Nervoso Central, ou seja, os nervos periféricos, a medula espinhal ou o cérebro. Essa dor pode ser consequência também de algumas doenças degenerativas que levam à compressão ou a lesões das raízes dos nervos ao nível da coluna.
Este tipo de dor normalmente evolui de forma crônica e progressiva. Pode ter diversas apresentações, como choque, queimação, coceira e formigamento. Pode ser desencadeada por um simples toque e a mudança do tempo pode ser o suficiente para piorar a dor. Não é raro ela ser acompanhada por alteração da coloração da pele, da sudorese, dos pelos e de alterações motoras.
A dor neuropática pode ter várias causas, entre elas: dor ciática, neuralgia pós-herpética (que pode ocorrer após manifestação do vírus herpes zoster), neuropatia diabética dolorosa, neuralgia do trigêmio, dor fantasma após amputação, dor central (após AVC), após lesão da medula espinhal, pós-operatórias e, também, pode estar presente nas dores oncológicas.
Estima-se que sua prevalência seja de 7 a 8%. Porém, se avaliarmos cada condição específica, encontramos prevalências variadas, como na neuralgia pós-herpética, que constitui uma das causas mais frequentes de dor crônica no idoso.
Devemos destacar o grande impacto que a dor neuropática tem na qualidade de vida do paciente. Estudos mostram que esse prejuízo abrange as relações pessoais, questões relacionadas ao trabalho, transtornos do sono, expectativas sobre o tratamento e saúde mental.
O tratamento da dor neuropática, devido à sua complexidade, é um desafio. O tratamento deve ser multidisciplinar, envolvendo uma equipe médica especializada, exercícios físicos orientados e acompanhamento psicológico. O paciente deve ser bem diagnosticado e o tratamento médico envolve desde terapia medicamentosa, intervenções minimamente invasivas, até procedimentos cirúrgicos.
As medicações recomendadas para o tratamento são apropriadas para o uso crônico e fazem parte desta classe os anticonvulsivantes, antidepressivos e os opioides. Dentre as opções de tratamento temos a medicina intervencionista da dor, que é a disciplina médica voltada ao diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas à dor. Esses procedimentos estão indicados quando não ocorre alívio satisfatório da dor com o tratamento farmacológico, ou quando os efeitos colaterais das medicações impedem o uso das mesmas.