Do tamanho de um aparelho de celular, a bomba de insulina ou bomba de infusão de insulina, como também pode ser chamada, é um pequeno aparelho que o paciente carrega na cintura ou no bolso. Conectada à pele por um cateter plástico no tecido subcutâneo, infunde ao longo do dia e da noite microdoses de insulina. (“Pera aí, fica um cateter inserido no corpo? Isso não dói?” A resposta é: não! O paciente se acostuma em questão de minutos e nem percebe que está com algo inserido na sua pele!).
Ela permite a programação de um esquema basal de insulina (dose contínua entre refeições e durante o sono) associado ao bolus (picos de insulina durante as refeições e correções necessárias), promovendo uma liberação contínua de insulina no organismo de maneira mais fisiológica, simulando o funcionamento normal do pâncreas. No entanto, a cada refeição é preciso fazer o cálculo da quantidade de carboidratos que serão ingeridos (a conhecida contagem de carboidratos, que o paciente deve ser instruído a calcular antes de colocar a bomba) e programar o aparelho para lançar uma quantidade de insulina no organismo.
Os modelos atuais de bomba de insulina possuem uma calculadora de bolus, que é um software inserido nas bombas, onde a pessoa apenas insere o volume de carboidratos que irá ingerir e o valor da glicemia daquele momento, que deve ser verificado por meio da medida pelo glicosímetro (sim, a medida da glicemia, por meio do glicosímetro, deve continuar. Mas calma. Novidades estão por vir ainda este ano para diminuir essas “furadinhas na ponta do dedo”).
As principais vantagens com o uso da bomba são maior flexibilidade de horário das refeições, redução do risco de hipoglicemias, melhora do controle glicêmico e níveis de hemoglobina glicada e, consequentemente, a longo prazo, as complicações decorrentes do diabetes. Além disso, há uma considerável diminuição dos números de “picadas” de agulhas que haverá ao longo do ano (na te¬rapia com múltiplas injeções diárias ocorrem em média cerca de 1.460 “picadas” por ano, enquanto que na terapia com bomba de infusão há uma diminuição para cerca de 156 “picadas” por ano). No entanto, mes¬mo com todas essas vantagens, se o diabético for obeso, ingerir grande quantidade de alimento ou açucares simples, não fizer exercícios físicos, não medir a glicemia na quantidade de vezes indicada, ou decidir determinar ele mesmo a quantidade de insulina utilizada, não existe muita vantagem no uso da bomba.
A bomba de insulina pode ser utilizada por indivíduos de todas as idades com diabetes tipo 1 ou tipo 2, sob indicação e prescrição do médico endocrinologista com experiência nessa terapia. Contudo, a bomba não é para todos, mas para muitos, devendo o paciente enquadrar-se num perfil adequado. O paciente deve saber que usará o equipamento durante as 24 horas do dia junto ao seu corpo (com restritos períodos de retirada, como banho e piscina), que deverá realizar medidas constantes de glicemia (no mínimo 4 vezes ao dia, podendo medir mais vezes nas fases de ajuste inicial do tratamento) e manter contato contínuo e frequente com a equipe responsável pela bomba, além de estar disposto a passar por um processo de educação em diabetes.
A bomba de insulina vem se mostrando um método de alta eficácia no controle metabólico, com maior comodidade, precisão de doses, discrição no uso e segurança, e amplamente aceito pelos pacientes.
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