A Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC busca maneiras de conscientizar a população para evitar os fatores de risco de doenças cardiovasculares e aumentar a adesão ao tratamento, já que, em boa parte dos casos, o óbito é evitável.
No Brasil, as doenças cardiovasculares são líderes de mortalidade. Só nos primeiros dias de 2016, 29% dos óbitos correspondem a óbitos por problemas do gênero. Ao longo do ano, espera-se que cerca de 350 mil brasileiros morram em decorrência dessas doenças, segundo a SBC.
Com dados apontados pelo Cardiômetro (www.cardiometro. com.br), ferramenta inaugurada pela SBC que indica, a cada momento, o número de mortes ocasionadas por doenças do coração, servem de alerta para a conscientização da população, visto que grande parte dos óbitos poderia ter sido evitada, caso as pessoas tivessem passado por um cardiologista e seguido suas orientações, ou no caso de alguma doença, ter seguido corretamente o tratamento indicado, além de todo um trabalho com o objetivo de controlar ou eliminar os fatores de risco, como por exemplo, a obesidade, sedentarismo, tabagismo, hipertensão arterial, distúrbios do colesterol, níveis baixos de vitamina D3 no sangue, níveis altos de glicemia (açúcar no sangue), insulina, homocisteína, ácido úrico, proteína C reativa ultrassensível, ferritina, fibrinogênio, dentre outros.
Para isso é necessário o interesse e o comprometimento das pessoas com a saúde, procurando o médico especialista para fazer uma real avaliação de todo o sistema cardiovascular e metabólico para identificar os riscos e poder tomar providências para a prevenção.
O que quero dizer com isso é que temos que procurar o médico especialista enquanto ainda não temos sintomas, porque a maioria dos fatores de risco para doenças cardiovasculares são assintomáticos (sem sintomas), e quando a pessoa começa sentir algo, pode ser tarde.
“No ano de 2015 os óbitos foram 346.896, segundo as estimativas, pois os dados finais demoram a ser fechados”, aponta o presidente da Sociedade, Marcus Bolivar Malachias.
Outro ponto que chama a atenção pela iniciativa é o fato de que as doenças cardiovasculares são as grandes responsáveis também pela incapacitação das pessoas em faixa etária produtiva e, cada vez mais, os infartos têm acometido pessoas mais jovens.
No Brasil, doenças do coração matam duas vezes mais que todos os tipos de câncer, 2,5 vezes mais que os acidentes e mortes decorrentes por violência e 6 vezes mais que as infecções, o que inclui os óbitos por Aids. Isso acontece porque a maioria das pessoas só procura o médico quando já está se sentindo mal, e quando o médico passa o tratamento, este não é seguido corretamente.
A prevenção, a adesão às orientações médicas e/ou ao tratamento das doenças cardiovasculares continuam sendo a melhor alternativa, visto que o tempo e o investimento financeiro gastos com a prevenção são bem menores que os gastos dispensados quando a doença já se instalou, isto sem mencionar o sofrimento da pessoa e dos seus familiares.