Um assunto que a mídia tem comentado com frequência nos últimos meses é sobre microcefalia, devido ao vírus Zika. Porém, este não é a única causa.
Para o crescimento adequado da caixa craniana é necessário o aumento adequado do volume encefálico. Logo, se esse ocorrer insuficientemente, o perímetro craniano não aumentará, ocorrendo a microcefalia. Outra causa mais rara é a cranioestenose (ou craniossinostose), que consiste na soldadura precoce de uma ou mais suturas dos ossos cranianos, e que também pode levar a assimetrias cranianas.
Entre os fatores responsáveis pelo crescimento inadequado do encéfalo estão:
- as malformações cerebrais geneticamente induzidas, como microcefalia vera, lisencefalias, holoprosencefalias, etc..
- processos que levam à destruição do tecido cerebral. Estes podem ocorrer nos primeiros meses de vida extrauterina (neste caso observa-se um alentecimento ou parada na curva de crescimento do perímetro craniano, que até então estava normal) ou durante a gestação, como distúrbios hipóxico isquêmicos, álcool, radiações ionizantes e infecções congênitas. O vírus Zika é um exemplo de infecção congênita, porém temos outras infecções, como a toxoplasmose, rubéola e o citomegalovírus.
A história gestacional, pós-gestacional e exame físico, aliados a exames complementares direcionados à suspeita (sorologias, tomografia ou ressonância de crânio, entre outros), poderão muitas vezes elucidar o diagnóstico.
Se houver tratamento da etiologia de base, esse deve ser o mais precoce. Com abordagem também multidisciplinar (como fisioterapia, terapia ocupacional, psicopedagogia, fonoaudiologia).