No consultório, há trinta anos atendo pais que chegam com a seguinte queixa: “Meu filho tem a língua presa. Ele não fala corretamente, e já tem cinco anos”.
Esse atraso no tratamento dessa criança poderia ser evitado se fosse usado o protocolo do teste da Linguinha.
Teste da Linguinha, Lei nº 13.002, de 20 junho de 2014. Obriga a realização do Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês.
O teste da Linguinha é um exame padronizado que possibilita diagnosticar e indicar o tratamento precoce das limitações dos movimentos da língua causadas pela língua presa, que podem comprometer as funções exercidas pela língua: sugar, engolir, mastigar e falar.
É uma alteração comum, mas muitas vezes ignorada, que está presente desde o nascimento, impedindo que a língua se movimente adequadamente, desenvolvendo então adaptações e/ou compensações para sugar, engolir, mastigar e falar. A amamentação pode ser prejudicada, pois a língua do bebê faz um super trabalho de sucção e deglutição para tirar o leite do peito da mãe. E esse processo pode ser dificultado caso o pequeno tenha língua presa, o que pode levar o bebê a ser desmamado antes do tempo certo, causando estresse tanto para ele quanto para a mãe, ocorrendo a introdução desnecessária da mamadeira.
Há também crianças, jovens e adultos com dificuldades na mastigação/deglutição e alterações na fala, afetando a alimentação, a comunicação, o relacionamento social e o desenvolvimento profissional.
Na atualidade é mais difícil para a criança chegar à fase de alfabetização com dificuldades na fala, pois a cobrança é maior, e isso implica em outros tipos de atraso no desenvolvimento, o que pode ser evitado com uma avaliação e orientação fonoaudiológica.