É uma micose sistémica causada por um fungo dimórfico, autóctone (natural do país em que habita e proveniente das raças que ali sempre habitaram) da América Latina, encontrada principalmente no Brasil, Colômbia e Venezuela.
É mais comumente encontrada em pessoas entre a quarta e quinta décadas de vida, sendo uma patologia predominantemente do sexo masculino, em indivíduos ligados à atividade agrícola, podendo também ocorrer em crianças de ambos os sexos e adolescentes.
A doença envolve primariamente os pulmões pela inalação, podendo, posteriormente, disseminar-se para vários órgãos e sistemas, originando lesões secundárias que ocorrem frequentemente nas mucosas, nos linfonodos, na pele e nas glândulas adrenais.
As lesões da mucosa oral, faringe e laringe são muito comuns e resultam da disseminação hematogénica, a partir do foco primário pulmonar. Na boca, nota-se uma estomatite moriforme, também denominada pápulo-erosiva. Trata-se de uma estomatite de evolução lenta, exulcerada, com fundo de aspeto de múltiplas e finas granulações vermelhas. Às vezes podem apresentar-se também sob a forma de ulceração mais profunda. Predominam nas regiões labiais da mucosa jugal, gengivais, língua e palato, sobrevindo além das lesões exulceradas, dores, sangramento, mobilidade dos dentes, sialorréia, edema 4,5.
As lesões iniciais, principalmente na língua, podem simular carcinoma. O exame microscópico é obrigatório para o diagnóstico definitivo e diferencial. A identificação do agente etiológico pode ser obtida por visualização da fase leveduriforme do fungo em material colhido por raspagem das lesões, no escarro ou por biópsia, sendo este, sem dúvida, o método mais confiável.