Um hospital não é uma empresa comum. Mesmo se for uma empresa privada que precisa se sustentar com recursos próprios, a instituição de saúde tem uma missão muito mais nobre que o lucro: salvar vidas.
Portanto, enquanto em outros tipos de negócio os indicadores-chave de performance são avaliados como ferramentas para maximizar a produtividade - e, consequentemente, o retorno do capital investido, em um hospital essas métricas simbolizam muito mais.
Não adianta nada ter um hospital lucrativo com taxa de mortalidade alta. E, ao mesmo tempo, é importante ter uma margem operacional que permita novos investimentos e a evolução da instituição.
Existem diversas métricas que podem ser mensuradas em um hospital, mas podemos dividi-las em três grandes grupos:
■ indicadores operacionais são medições, como a taxa de ocupação hospitalar, o tempo médio de internação e a satisfação dos pacientes. São as métricas que ajudam o gestor a entender a “capacidade produtiva” do hospital e para onde devem ir os investimentos;
■ indicadores clínicos são mensurações como o índice de infecção hospitalar e a taxa de mortalidade hospitalar. Estão diretamente relacionados a problemas que devem ser solucionados e ao desempenho efetivo da instituição em sua missão de salvar vidas;
■ indicadores financeiros são como os KPIs de qualquer empresa. Aqui entra o retorno sobre o capital investido, a margem operacional e outros similares.
Como a atualização do parque tecnológico pode impactar essas métricas?
Para operar em alta performance e conseguir indicadores positivos, é fundamental que o hospital invista em tecnologia recente. O engenheiro clínico é um profissional capaz de identificar os pontos vulneráveis da estrutura hospitalar que podem ser fortalecidos por novos equipamentos e softwares.
Ao avaliar as métricas, um engenheiro clínico poderia concluir que a taxa de ocupação alta demais está diretamente relacionada a um tempo de internação maior que a média.
Investir em um novo sistema de automação proporcionará mais agilidade à burocracia que um médico enfrenta para dar alta aos seus pacientes, liberando as vagas mais rapidamente, por exemplo.
E, se existe um índice de infecção hospitalar alto, talvez a solução seja adquirir equipamentos e produtos para esterilizar melhor as ferramentas de trabalho e os ambientes da instituição.
Identificar lições valiosas a partir dessas métricas e conseguir entender como a atualização do parque tecnológico pode impactar positivamente são parte do trabalho do engenheiro clínico, que faz essa integração entre saúde e TI no ambiente hospitalar.