O aneurisma cerebral é uma dilatação, espécie de “bolha”, na parede de um vaso sanguíneo do cérebro (artéria intracraniana). A maioria dos aneurismas apresenta aspecto sacular ("berry aneurysms"). São divididos em três grupos de acordo com o seu tamanho: pequenos (< 10 mm), grandes (10 a 25 mm) e gigantes (>25 mm).
Existem também aneurismas do tipo fusiforme, caracterizados pela dilatação da parede da artéria em toda a sua circunferência.
Causas
Os aneurismas são decorrentes de uma fraqueza na parede das artérias cerebrais, sem uma razão bem definida na maioria dos casos. No entanto, podem estar associados a traumas, infecções e uso de drogas.
Sintomas
O sintoma mais conhecido é a dor de cabeça com início súbito e forte intensidade, decorrente da ruptura da parede do aneurisma e sangramento ao redor do cérebro, conhecido como hemorragia subaracnóide. Entre os pacientes que apresentam sangramento do aneurisma, 50 a 60% morrem por consequência direta do aneurisma e complicações associadas. Destes, 10% morrem antes de serem atendidos por um médico. A maioria dos aneurismas cerebrais pequenos não promove sintomas (assintomáticos) e é descoberta por acaso (incidentalmente) em exames de imagem do crânio, como tomografia ou ressonância magnética, nas investigações de alteração de memória, sinusites, enxaqueca, trauma e infecções. Os aneurismas grandes podem comprimir o cérebro (ou nervos) promovendo vários tipos de sintomas neurológicos.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito por meio de exames de tomografia, ressonância magnética ou angiografia do crânio.
Sequelas
A rotura de um aneurisma cerebral pode ser fatal ou deixar sequelas irreversíveis. Devem ser tratados antes de romperem, quando houver indicação médica. Os aneurismas rotos devem ser tratados para impedir o seu ressangramento, responsável por um aumento da taxa de mortalidade para 70%.
Tratamento tradicional
A forma tradicional do tratamento é a cirurgia convencional, na qual o neurocirurgião abre o crânio (craniotomia) e faz a clipagem do colo do aneurisma com técnicas microcirúrgicas. Hoje em dia, com o grande avanço dos equipamentos, técnicas e materiais médicos, o tratamento pode ser feito de maneira minimamente invasiva (via endovascular), sem a abertura cirúrgica do crânio.
Tratamento minimamente invasivo
É realizada uma incisão inguinal (na virilha) de 2 cm, feita sob efeito de anestesia local e geral, sendo um sistema de cateteres inseridos por esta via até o cérebro, de maneira coaxial, para implantar os dispositivos responsáveis pela oclusão dos aneurismas, como espirais destacáveis (coils) e stents, de acordo com a técnica escolhida. Esses procedimentos são conhecidos como embolização e realizados por médicos com treinamento especializado. O tempo de internação e recuperação, após um procedimento minimamente invasivo (endovascular), é menor em comparação com a cirurgia convencional. O tratamento minimamente invasivo endovascular (embolização) é a melhor escolha de acordo com as características do paciente e aneurisma e pode ser realizado na grande maioria dos casos. No entanto, em alguns casos específicos, a cirurgia convencional ou a observação clínica são preferíveis. Consulte sempre o seu médico para avaliarem juntos qual o melhor tratamento para o seu caso. O paciente fica internado por 3 dias no hospital e volta às suas atividades regulares em cerca de uma semana, na maioria dos aneurismas tratados de forma eletiva e programada, ou seja, aqueles que não romperam (sangraram) antes do tratamento.